Os meus olhos não apenas buscavam os olhos dela, era mira na alma. Talvez eu desejasse tocar com faísca seus hormônios da atração. E que olhos lindos os meus viam diante de si! E tudo nela me parecia tão belo que por vezes eu sorria de contentamento e admiração. Mas não é fácil estar diante de tamanha beleza sem perder as rédeas. E eu já li que uma mulher bonita baixa a cognição de um homem. Eu estava um tanto perdido e tinha que lhe responder às perguntas sobre algo que em nada tinha a ver com meus anseios em relação a ela. Mas funcionava como pretexto. A dúvida era saber se pretexto apenas meu. Essa incerteza é que fazia viver minha esperança.
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Os minutos se passavam. Eu já dava como garantida frustração ao longo da noite. Logo ela se ia, seu tempo era curto. E em meio à minha circunstancial inabilidade para explicar o que fosse, ela ficou os poucos minutos, vinte talvez. Arrisquei algum outro assunto, eu tentava criar alguma intimidade. Sim, eu já a conheço há algum tempo. Já a achei linda diversas vezes. Mas nunca fiz aposta que fosse. Era apenas uma admiração, coisa normal.
Os minutos se passavam. Eu já dava como garantida frustração ao longo da noite. Logo ela se ia, seu tempo era curto. E em meio à minha circunstancial inabilidade para explicar o que fosse, ela ficou os poucos minutos, vinte talvez. Arrisquei algum outro assunto, eu tentava criar alguma intimidade. Sim, eu já a conheço há algum tempo. Já a achei linda diversas vezes. Mas nunca fiz aposta que fosse. Era apenas uma admiração, coisa normal.
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Pior é escrever isto, com o corpo ainda trêmulo, com a possibilidade de estar enganado. Acho que sou um pessimista do amor. Tudo bem que ela aceitou meu pré-convite. Consegui um gancho e fui certeiro na afirmação de que um dia a levaria para conhecer o jazz. E ela demonstrou afeição pelo meu gesto. E acho que fui discreto, não mergulhei de cabeça no pré-convite. Fui cuidadoso e acho que isso ajudou.
Pior é escrever isto, com o corpo ainda trêmulo, com a possibilidade de estar enganado. Acho que sou um pessimista do amor. Tudo bem que ela aceitou meu pré-convite. Consegui um gancho e fui certeiro na afirmação de que um dia a levaria para conhecer o jazz. E ela demonstrou afeição pelo meu gesto. E acho que fui discreto, não mergulhei de cabeça no pré-convite. Fui cuidadoso e acho que isso ajudou.
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Ao anotar seu telefone em meu celular, digitando precariamente os números que ela me dava, eu temi que ela percebesse minha tremedeira. Pois veja, eu tremia diante de uma mulher de vinte quatro anos. Que ainda até tem cara de menina. Vestida com seu jeans justo e botas pretas de salto alto. Uma mulher, em verdade, que me fazia recordar “Lua de Fel”, o filme. Refiro-me à linda atriz que fazia uma personagem que mudou do vinho pra água, ou vice-versa, não importa. Eu preciso de um copo d’agua!
Ao anotar seu telefone em meu celular, digitando precariamente os números que ela me dava, eu temi que ela percebesse minha tremedeira. Pois veja, eu tremia diante de uma mulher de vinte quatro anos. Que ainda até tem cara de menina. Vestida com seu jeans justo e botas pretas de salto alto. Uma mulher, em verdade, que me fazia recordar “Lua de Fel”, o filme. Refiro-me à linda atriz que fazia uma personagem que mudou do vinho pra água, ou vice-versa, não importa. Eu preciso de um copo d’agua!
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Ela levantou-se à minha frente e eu não entendi bem seu olhar, sei que gostei. E eu apenas olhei para seu rosto, embora meu desejo fosse percorrer meus olhos por seu belo corpo. Saiu pela única porta da sala, dizendo que não deixasse de ligar para ela. E já agora, mergulhado no pessimismo citado, carrego severas dúvidas de que ela de fato vá aceitar sair comigo. E se consigo burlar meu ceticismo, me vejo com ela à mesa absolutamente incerto de que poderei beijá-la, tocá-la. Penso comigo se ela apenas sair por sair. E já calculo não apenas absoluta inabilidade na sedução, bem como frustração garantida. Acho que me tornei neurótico nesta questão, isto me lembra Woody Allen.
Ela levantou-se à minha frente e eu não entendi bem seu olhar, sei que gostei. E eu apenas olhei para seu rosto, embora meu desejo fosse percorrer meus olhos por seu belo corpo. Saiu pela única porta da sala, dizendo que não deixasse de ligar para ela. E já agora, mergulhado no pessimismo citado, carrego severas dúvidas de que ela de fato vá aceitar sair comigo. E se consigo burlar meu ceticismo, me vejo com ela à mesa absolutamente incerto de que poderei beijá-la, tocá-la. Penso comigo se ela apenas sair por sair. E já calculo não apenas absoluta inabilidade na sedução, bem como frustração garantida. Acho que me tornei neurótico nesta questão, isto me lembra Woody Allen.
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O fato é que a idade passa e se você acha que se fortalece, pelo contrário, alguma coragem que já tive na arte de seduzir se mostra adormecida, senão morta. Tornei-me mais seletivo com o passar da idade. Isso me foi dito por meu irmão mais velho, alguém bem mais experimentado do que eu. Mas eu sempre fui mais cara de pau. E agora o que sou, senão pote até aqui de insegurança? Chico Buarque falou das emoções e o pote. Ele que sempre foi um homem muito desejado por muitas mulheres. Será que Chico tornou-se momentaneamente vacilante?
O fato é que a idade passa e se você acha que se fortalece, pelo contrário, alguma coragem que já tive na arte de seduzir se mostra adormecida, senão morta. Tornei-me mais seletivo com o passar da idade. Isso me foi dito por meu irmão mais velho, alguém bem mais experimentado do que eu. Mas eu sempre fui mais cara de pau. E agora o que sou, senão pote até aqui de insegurança? Chico Buarque falou das emoções e o pote. Ele que sempre foi um homem muito desejado por muitas mulheres. Será que Chico tornou-se momentaneamente vacilante?
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No rastro da memória, a imagem dela de preto e jeans. Linda, cabelos presos, sensual sem forçar a barra. Saindo pela porta e falando me olhando enviezado. No pescoço, a tatuagem que eu nunca reparara. Eu que sou tão careta e não me condeno por isto. E ela que é tão jovem, tão impossível. Enfim, estas palavras são o remédio de agora. Foi o jeito encontrado para descarregar essa energia que passa pelo meu corpo.
No rastro da memória, a imagem dela de preto e jeans. Linda, cabelos presos, sensual sem forçar a barra. Saindo pela porta e falando me olhando enviezado. No pescoço, a tatuagem que eu nunca reparara. Eu que sou tão careta e não me condeno por isto. E ela que é tão jovem, tão impossível. Enfim, estas palavras são o remédio de agora. Foi o jeito encontrado para descarregar essa energia que passa pelo meu corpo.
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